Jovem pode ser a primeira fisioterapeuta com Down no Brasil
Luana Dallacorte Rolim de Moura é sinônimo de persistência e coragem. A jovem, de 24 anos, nasceu com Síndrome de Down. Embora tenha atrasos no desenvolvimento físico e intelectual, realizou, neste mês, o sonho de se formar em Fisioterapia. O propósito da nova profissional é abrir um consultório para tratar crianças com deficiências mentais e motoras.
“Quero ajudar as pessoas. Meu foco são crianças, de várias síndromes, doenças. Estou de braços abertos para tudo”, conta Luana. Gaúcha, de Santo Ângelo, a jovem aposta na utilização de games como ferramenta para potencializar as terapias com seus pacientes. O tema “O tratamento de gameterapia nos portadores de paralisia cerebral” foi defendido pela então acadêmica no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), da Faculdade CNEC da cidade.
Para o coordenador do curso, professor João Comel, a estrutura da instituição e o corpo docente foram fundamentais à formação da aluna, que ingressou em 2015. “Luana foi acolhida e preparada para os desafios do mercado de trabalho. Amadureceu e ampliou seus relacionamentos interpessoais. Devido à sua postura, ampliou a permanência no âmbito acadêmico e alcançou o sucesso”.
De acordo com dados do Movimento Down, 50 pessoas com Síndrome de Down estavam cursando ou se formaram no Ensino Superior, em 2018, no Brasil. O portal é ligado à Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Luana pode ser a primeira pessoa com a doença a se tornar fisioterapeuta. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Cofitto) não tem conhecimento de outra pessoa formada na área.
Apoio familiar
Segundo Luana, sem a participação dos pais, talvez, não tivesse conquistado o diploma. “Meu objetivo era passar com dignidade. Sou exigente comigo mesma. Em geral, não olho para os meus limites. Meu pai é testemunha. Fechava a porta do quarto para eu estudar”, lembra.
Os quatro anos de estudo tiveram altos e baixos, mas a superação veio também pelo apoio da mãe. “Sou uma vencedora igual a minha mãe. Sigo de cabeça erguida e não tive medo”, completa Luana.